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A sabedoria convencional sobre a dimensão das unidades políticas parece ser clara no sentido de uma maior dimensão oferecer uma série de vantagens, quer em termos de eficiência, quer de peso político, e raramente é discutida, uma vez que é considerada um lugar comum. A lógica da integração europeia segue este esquema ponto por ponto, quase sem contestação. Além disso, perante qualquer problema, não se atribui a culpa à verdadeira causa possível – a dimensão excessiva –, mas sim à integração insuficiente, e apela-se mesmo a um novo alargamento como remédio infalível.
Este livro procura desafiar o mito da bondade da maior escala aplicada aos Estados. Muitos problemas políticos têm origem numa escala inadequada de organização do poder, e as vantagens que dimensões mais modestas poderiam oferecer nunca são consideradas. Além disso, como defendiam os economistas italianos das finanças públicas do início do século XX, a questão da dimensão deve ser avaliada pelo bem-estar dos indivíduos e das comunidades, e não pelos interesses dos grandes grupos de poder que normalmente dirigem as nossas sociedades. Os processos reais de desintegração política e os seus resultados são também analisados. Uma vez desintegradas as unidades políticas, é muito raro que estas queiram regressar ao modelo antigo ou que iniciem processos para o fazer. Porquê?
Concluímos o livro debruçando-nos brevemente sobre a viabilidade de uma Galiza independente.